EVENTO RECEBEU 15 MIL PESSOAS E REPRESENTANTES DE 16 PAÍSES.
Representantes de 16 países e caravanas com
estudantes vindos de diferentes estados do Brasil participaram do Fórum Mundial
de Educação Profissional e Tecnológica, com um público presente superior a 15
mil pessoas.
Foram apresentadas 195 atividades culturais, 755 pôsteres com projetos de todo o país e realizadas 19 oficinas gastronômicas gratuitas e abertas ao público. Já a mostra estudantil de inovação tecnológica acumulou 34 trabalhos. Foram 164 atividades autogestionadas (propostas pelas entidades participantes), entre painéis, mesas, oficinas e palestras.
Também foi significativo o número de voluntários. Dos 700 inscritos, 300 selecionados ajudaram o comitê organizador. Para alimentar esse exército de colaboradores, foram servidas 800 refeições diárias. Na praça de alimentação destinada ao público, 10 mil refeições foram consumidas em cinco dias de encontro.
Foram apresentadas 195 atividades culturais, 755 pôsteres com projetos de todo o país e realizadas 19 oficinas gastronômicas gratuitas e abertas ao público. Já a mostra estudantil de inovação tecnológica acumulou 34 trabalhos. Foram 164 atividades autogestionadas (propostas pelas entidades participantes), entre painéis, mesas, oficinas e palestras.
Também foi significativo o número de voluntários. Dos 700 inscritos, 300 selecionados ajudaram o comitê organizador. Para alimentar esse exército de colaboradores, foram servidas 800 refeições diárias. Na praça de alimentação destinada ao público, 10 mil refeições foram consumidas em cinco dias de encontro.
Para o secretário de educação profissional e
tecnológica do Ministério da Educação, Eliezer Pacheco, o evento pode entrar
para o rol dos mais relevantes do mundo na área da educação. “Além da
organização impecável, o fórum mundial apresentou debates e palestras de alto
nível e reuniu os mais renomados especialistas para discutir temas de interesse
da educação profissional e tecnológica”, comemorou o secretário, que elegeu a
participação maciça de estudantes como o grande diferencial do encontro.
ENTREVISTA COM O SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA DO MEC, PROFESSOR ELIEZER PACHECO http://www.youtube.com/watch?v=AR8m3wqxo9Y
ENTREVISTA COM A PROFESSORA DOUTORA LUCÍLIA MACHADO
http://www.youtube.com/watch?v=VH5hDfrhBoo
DEBATE TEMÁTICO: EDUCAÇÃO, TRABALHO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Link
DEBATE
TEMÁTICO: EDUCAÇÃO,
TRABALHO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO.
COORDENADOR
PROF.
DR. WALTER ANTONIO BAZZO
DEBATEDORES:
PROFESSORES CHINESES YUAN LI E
CHANGHONG YUAN
PROF. WILSON NETTO MARTURET
PROF. DR. MIGUEL NICOLELIS
RELATOR:
ALBERTO BORGES DE ARAUJO
TRABALHO DA RELATORIA
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Durante este proveitoso debate
tornou-se evidente a relação entre educação profissional e tecnológica e a
expressão “Educação, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação”. Os
processos dela decorrentes têm estreita associação com a percepção
pública da atividade de educação para o trabalho e com a discussão e definição
de políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação, associadas
com pesquisa e desenvolvimento, a sustentabilidade, as questões
ambientais, a inovação produtiva, a responsabilidade social, a construção de
uma consciência social sobre a produção e circulação de saberes, a cidadania, e
a democratização dos meios de produção.
Os debatedores apontaram para os
variados aspectos das relações sociais e
econômicas que envolvem o campo
das políticas públicas relacionadas com C&T e suas
percepções mais relevantes.
Enfim, fomos privilegiados com uma
farta apresentação de aspectos da atividade humana, em que são
consideradas a natureza social do conhecimento científico-tecnológico em sua
constituição e apropriação sociais.
O foco do debate procurou evidenciar
o modo como a tecnologia se constitui socialmente e de que modo a
presumida neutralidade da tecnologia pode influenciar os currículos e a
formação dos diferentes atores.
Foram quase duas horas de
significativas experiências e demonstrações de fatos e realizações
acrescentadas ao acervo de conhecimentos dos participantes.
A COORDENAÇÃO
O Coordenador, Prof. Dr. Walter Antonio
Bazzo, engenheiro mecânico, Mestreem Ciências Térmicas e Doutor em
Educação, em Ensino de Ciências Naturais, Professor do departamento de
Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina, destacou
em suas intervenções que (o cidadão merece aprender a ler e entender —
muito mais do que conceitos estanques — a ciência e a tecnologia, com suas
implicações e conseqüências, para poder ser elemento participante nas decisões
de ordem política e social que influenciarão o seu futuro e o dos seus filhos.
Para isso ele, assessorado pela escola, deve investir na construção de um
conheci- mento crítico e consistente, voltado ao aprimoramento do bem-estar da
sociedade^.
Na expressão do Prof. Bazzo, cabe ao
profissional que atua na educação profissional e tecnológica (contribuir para
divulgar a necessidade da análise crítica das conseqüências decorrentes das
inúmeras aplicações dos artefatos científico-tecnológicos, com a convicção de
que um dia o homem chegará a dispor das benesses destes artefatos com igualdade
de condições. Deve também contribuir para a formação de profissionais com
discernimento no trato da ciência e da tecnologia não apenas como instrumento
de poder, mas sim de desenvolvimento humano).
EXPOSIÇÃO DOS DEBATEDORES:
PROFESSORES
CHINESES YUAN LI E CHANGHONG YUAN :
Os primeiros debatedores, Professores
Yuan Li e Changhong Yuan da Universidade X , da China, descreveram a evolução
da Educação Vocacional no seu país de origem, a partir de 1951,
inicialmente adotando o modelo russo, com prioridade para os colégios
técnicos.
A partir de 1978, estrutura-se a
Educação Vocacional em quatro níveis. O equivalente à educação profissional e
tecnológica do Brasil, sob a gestão do poder central, desenvolve programas
similares aos do Brasil, com uma estrutura mista que contempla:
- um modelo governamental, com colégios
técnicos de ensino médio;
- um modelo voltado para o mercado
(colégios técnicos privados);
- um modelo misto, por meio de joint
venture (capital estrangeiro e chinês), com controle estatal voltado para o
atendimento ao mercado;
- modelos estrangeiros, adaptados às
necessidades chinesas, a exemplo da experiência alemã, americana e australiana.
Há farta bibliografia técnica sobre o
assunto.
De 2001 a 2007 foram
implantadas 1015 instituições de alto nível na educação vocacional.
O governo chinês vem se afastando da
gestão dessas instituições, transferindo-a para a iniciativa privada.
Com a reforma da educação vocacional na
China, adota-se:
- a inovação continuada;
- a inovação na metodologia dual
(aliança entre governo e mercado);
- a diversificação do modelo
educacional; e
- a integração das características
chinesas com as características globais.
Os responsáveis pela política
educacional na China realizam, agora, a capacitação dos gestores e buscam
satisfazer a demanda do mercado.
Segundo os debatedores chineses, a
China precisa preparar os talentos de que necessita, para atender a atual
atividade produtiva, diversificando a oferta de educação vocacional.
A China carece de profissionais
qualificados para agregar valor aos seus produtos industrializados. Reconhecem
também os debatedores a importância do modelo dual diante das necessidades
atuais da China.
DEBATEDOR: PROF. WILSON NETTO MARTURET
O Prof. Wilson Netto Marturet, Diretor
Geral do Conselho de Educação Técnico Profissional da Universidade do Trabalho
do Uruguai, apresentou a reconhecida experiência da UTU na “formação para o
trabalho e na valorização do próprio trabalho para a construção da sociedade em
que queremos viver”. A formação para o trabalho proporciona à transformação
onde se podem estruturar vínculos, relações entre indivíduos que compõem a
sociedade.
Após
descrever o necessário diálogo entre Educação, Trabalho, Ciência, Tecnología e
Inovação, o debatedor afirmou ser o conhecimento hoje a força produtiva
fundamental. Segundo ele, o conhecimento e sua dinâmica deixa de ser um tema
estritamente técnico e se mostra como um tema social que requer resposta aos
desafios políticos, institucionais e pedagógicos.
Desafíos Políticos, quando requer
políticas públicas articuladas e um diálogo com a sociedade para que ela
construa e apóie essas políticas.
A dinâmica de informação e formação de política
deve permitir a prática de um modelo de desenvolvimento de todos e para todos,
onde o conhecimento ocupe um lugar relevante. A educação, entendida como bem
público, como um directo das pessoas e como uma ferramenta de sustentabilidade
democrática, cultural e ambiental, assume um papel fundamental.
Destaca
o Prof. Wilson Neto a importância do acesso à informação e à educação formal
por toda a população.
De
acordo com o debatedor, é necessário um sistema educativo forte e que permita a
organização, hierarquização e administração da informação para com ela
construir pontes para o conhecimento, superando tensões como a existente entre
a inclusão social e a geração do conhecimento.
Propõe
o debatedor um sistema educativo que articule os circuitos vitais da sociedade
e que não se isole nas salas de aula.
Reconhece
o debatedor a necessidade de um sistema educativo que introduza a variável
econômica e de desenvolvimento econômico como forma de penetrar na análise e
discussão das políticas de desenvolvimento sócio produtivo e emprego.
Para
o debatedor, é fundamental que o modelo de educação-trabalho permita que os
jovens trabalhem e estudem em forma simultânea.
O
desafio político determina que todos participemos da ideia de que o
conhecimento como bem e o estado e suas instituições assumam o compromisso de
gerar estratégias para as populações.
O
conhecimento, como força produtiva fundamental, deve estar disponível para os
partícipes atuais do trabalho, independentemente de sua formação.
Quanto
aos Desafios Institucionais, o debatedor afirma que necessitamos de uma
nova cultura colaborativa entre as instituições.
As
estratégias orientadas para a resolução de problemas na sociedade atual impõem
às instituições uma nova dinâmica que as transcende.
Ao
referir-se aos Desafios Pedagógicos, o Prof. Wilson Marturet considerou que a
educação e a apropriação do conhecimento passa a impactar diretamente a
sustentabilidade democrática, cultural e ambiental de nossas nações e portanto
deixa de ser um tema estritamente técnico e transforma-se em um tema ou ação de
caráter social.
No
Uruguai, afirma o debatedor, a tensão está instalada entre continuar
construindo um currículo com base no pensamento hegemônico ou permitir-se
a pensar, desenhar e construir, de forma colaborativa, currículos dinâmicos que
levem as pessoas a tornar-se partícipes do modelo de desenvolvimento social
desejado.
Por
fim, o debatedor considerou de substancial importância a instalação de
políticas públicas que promovam o diálogo entre Educação, Trabalho, Ciência,
Tecnologia cuja evolução permitirá a construção das necessárias pontes entre
informação e conhecimento.
DEBATEDOR:
PROF. DR. MIGUEL NICOLELIS
O neurocientista Miguel Nicolelis nos
ofereceu um precioso exemplo de como cientistas brasileiros, radicados no
exterior, também podem contribuir para o desenvolvimento sócio-econômico do
Brasil.
Além de dissertar sobre os avanços e descobertas da ciência, referindo-se a experimentos que realiza, ao longo de sua experiência como professor titular de neurobiologia e co-diretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University, nos Estados Unidos, o Prof. Dr. Miguel Nicolelis conseguiu sensibilizar a todos.
Além de dissertar sobre os avanços e descobertas da ciência, referindo-se a experimentos que realiza, ao longo de sua experiência como professor titular de neurobiologia e co-diretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University, nos Estados Unidos, o Prof. Dr. Miguel Nicolelis conseguiu sensibilizar a todos.
O trabalho que realiza no Brasil está localizado no estado do Rio Grande do Norte, até agora, expandindo-se para o interior da Bahia, contribuindo para a redução das desigualdades sociais e econômicas entre as diferentes regiões do país, descentralizando a produção e a disseminação do conhecimento, e tornando a educação científica qualificada acessível à crianças e jovens da periferia de Natal RN e do semiárido baiano .
Em atividade desde 2003, o IINN-ELS está integrado atualmente por dois centros de pesquisas em neurociências (Natal e Macaíba – RN); uma escola de educação científica, com duas unidades (Natal e Macaíba), para 1000 crianças e jovens de 11 a 15 anos de escolas públicas da região; e um Centro de Saúde voltado aos cuidados materno-infantis em Macaíba.
O Prof. Miguel Nicolelis deu ênfase às
seguintes iniciativas: Curso Prático de Iniciação Científica para Jovens e
Centro Materno-Infantil na periferia de Natal, onde são realizadas mais de 500
consultas para gestantes durante o período pré-natal, mensalmente.
Os recém nascidos são matriculados no
Campus do Cérebro.
São acompanhados desde a educação
básica a formação de estudos superiores, por meio da Escola de Altos
Estudos, em Macaíba.
Descreveu a atuação do Centro de Saúde
Anita Garibaldi, com apoio do Ministério da Saúde, Hospital Sírio Libanês para
a prevenção do câncer.
Os ambientes e laboratórios
especializados em robótica, ciência da computação, biologia etc foram também
descritos pelo debatedor. Neles os alunos das escolas públicas da periferia de
Natal, no turno oposto ao que frequentam as escolas regulares, comparecem duas
vezes por semana para as atividades práticas que realizam.
Jovens cidadãos potiguares adquirem a
cidadania plena e a perspectiva de um novo futuro.
Os adolescentes da periferia de Natal
publicam e divulgam os seus conceitos básicos de ciências e tecnologia,
trocando experiências, por meio de comunicação virtual, com outros adolescentes
norte-americanos e suíços.
Mesmo ao criar ( alunos
problemas ) que passam a exigir muito mais dos professores com insuficiência de
conhecimentos, possibilitam esses professores serem também beneficiados
pelo Projeto.
Os objetivos previstos pelos
organizadores do evento, foram plenamente alcançados neste debate. Ao final
todos puderam obter comprovação de que tanto a educação profissional
e tecnológica, como as áreas técnicas que lhes dão sustentação, deveriam
estar alheias a interesses, opiniões e valorações pessoais e particulares.
Os resultados do trabalho
educativo neste campo devem estar colocados a serviço do desenvolvimento do
país e da sociedade. A sociedade deve participar da decisão sobre
seus usos, de tal modo que dessa relação resultariam os instrumentos cognitivos
e práticos que proporcionariam o desenvolvimento econômico do país, sempre
alinhado à melhoria contínua da vida humana e do bem estar social.